Cadernos de Seguro

Entrevista

?Paira no mundo uma falta de confiança nas atividades financeiras?

[B]Acacio Queiroz[/B]

O presidente da Chubb Seguros do Brasil, Acacio Queiroz, é um ?otimista por natureza?. Ele acredita que a fase ?mais aguda da crise? deve ser amenizada a partir de abril desse ano. Nesta entrevista exclusiva à Cadernos de Seguro, Queiroz se mostra tranqüilo em relação aos impactos que essa crise internacional do crédito pode gerar no setor. ?O mercado segurador brasileiro é extremamente capitalizado e totalmente regulado através da Susep?. Contudo, ele lembra que, ainda assim, o momento é delicado, principalmente em relação a fatores que estão afetando segmentos como o mercado de seguros. ?O principal fator é a falta de confiança que hoje paira no mundo, no que diz respeito a todas as atividades financeiras?, avalia. Nesse sentido, Queiroz prevê ?modificações significativas? em seguros diretamente ligados à área financeira, como o de crédito e o de responsabilidade civil de executivos, além de aumento de preços em apólices para coberturas de propriedades e automóvel e no resseguro. ?As perdas financeiras e a significativa baixa taxa de juros, tanto nos Estados Unidos como na Europa, certamente farão com que os resseguradores aumentem o preço do resseguro, para poderem oferecer uma remuneração compatível com o capital investido?, analisa.

O executivo manda um recado para quem anda economizando por causa da crise e desistiu ou adiou os planos de adquirir um seguro: ?Seguro não é um bem supérfluo. Mesmo sabendo que muitas pessoas jurídicas e físicas, em um momento de crise, reduzem os custos com seguros, eu diria que estão cometendo um grave erro.?


[B]Cynthia Magnani[/B]

[I][B]Quanto tempo mais essa crise deve durar? [/B][/I]

Eu sou, por natureza, otimista. Creio que essa crise, pelo menos de forma aguda, deve ser amenizada a partir de abril e, no segundo semestre deste ano, certamente o Brasil voltará a crescer de maneira mais significativa, e as taxas de juros deverão iniciar uma descida lenta.

[I][B]Quanto tempo o mercado segurador brasileiro resistiria a ela?[/B][/I]

O mercado segurador brasileiro é extremamente capitalizado e totalmente regulado através da Susep. Portanto, o tempo é infinito. O que poderia haver seria um número maior de fusões ou de companhias vendidas.

[I][B]O preço dos seguros pode aumentar no médio prazo? [/B][/I]

Sim, no caso específico de seguros de propriedade e, em especial, de grandes riscos. As perdas financeiras e a significativa baixa taxa de juros, tanto nos Estados Unidos como na Europa, certamente farão com que os resseguradores aumentem o preço do resseguro, para poderem oferecer uma remuneração compatível com o capital investido e para terem um retorno adequado às expectativas dos acionistas. Localmente também vejo uma tendência de aumento de preço, em especial nos seguros de transporte, devido à deterioração do índice de sinistralidade, provocada por uma concorrência desenfreada, que colocou as taxas abaixo da realidade do risco, assim como nos seguros de automóvel, que também começam a apresentar as mesmas características. Os seguros de propriedade igualmente poderão ser reajustados.

[I][B]Quais são os fatores que mais afetam o setor nessa crise?[/B][/I]

O principal fator é a falta de confiança que hoje paira no mundo, no que diz respeito a todas as atividades financeiras. O outro é a desaceleração da economia de forma significativa. Por último, câmbio e taxa de desemprego.

[I][B]O que pode mudar para o mercado de seguros mundial com a eleição de Barack Obama?[/B][/I]

Com relação aos Estados Unidos, e de acordo com a própria intenção do presidente recém-eleito, haverá mudanças significativas no seguro de saúde de pessoas menos favorecidas, que trará no seu bojo um caráter social. Certamente haverá regras muito mais definidas a partir de agora, para que os riscos exóticos da área financeira sejam melhor regulados pelas autoridades competentes daquele país, evitando novas ocorrências como o subprime, garantidas por seguros correspondentes.

[I][B]Que recado o senhor daria para os consumidores que estão evitando adquirir

12/01/2009 05h30

Por

Cadernos de Seguro - Uma Publicação da ENS © 2004 - 2024. Todos os direitos reservados.


DATA PROTECTION OFFICER RESPONSÁVEL

Luiz Mattua - ens.lgpd@ens.edu.br
Rua Senador Dantas, 74, Centro - Rio de Janeiro / RJ
Somente assuntos relacionados a Lei Geral de Prote¸ão de Dados (LGPD)
 

Ao navegar em nosso site, vocę reconhece que leu e compreendeu nossa Política de Privacidade.