Cadernos de Seguro

Entrevista

?Os hábitos de vida vêm ganhando relevância na avaliação da mortalidade?

[B]Hamurabi Santiago

Especialista em medicina do seguro, subscritor médico para Vida & Saúde da Swiss Re no Brasil[/B]


Se você tem um seguro de vida e anda meio fora de forma, é (ainda...) adepto do tabagismo e um consumidor contumaz de bebidas alcoólicas, já está mais do que na hora de rever essas práticas, tanto em relação à sua saúde quanto para alcançar o reconhecimento por parte da sua seguradora de que merece um tratamento diferenciado no momento em que for adquirir ou renovar a apólice. ?Os fatores relacionados aos hábitos de vida vêm ganhando crescente relevância na avaliação da mortalidade?, diz o especialista em medicina do seguro Hamurabi Santiago. Segundo ele, para atender à demanda das pessoas que mantêm hábitos saudáveis de vida, algumas seguradoras já praticam o conceito de segmentação dos produtos de vida. ?São produtos que contemplam com melhores taxas e outros benefícios aqueles indivíduos que comprovadamente têm um risco de mortalidade menor que a média considerada padrão para a população segurada?, atenta. Nesta entrevista exclusiva à Cadernos de Seguro, Hamurabi, subscritor médico para vida e saúde da Swiss Re no Brasil, ressalta que as seguradoras estão preocupadas com os distúrbios relacionados a estresse e depressão (?O estresse excessivo na vida cotidiana está fortemente relacionado a distúrbios de ansiedade e depressão, esta a quarta principal causa de incapacidade para o trabalho, segundo a OMS?) e que a maior parte das propostas recusadas de seguros de vida no país decorre exatamente da falta de uma correta avaliação dos antecedentes médicos dos interessados em contratar a apólice. ?Muitas propostas são negadas devido a alguma doença que, se corretamente subscrita, poderia se enquadrar em alguma classe de risco aceitável?, alerta.


[B]Antonio Carlos Teixeira[/B]


[B]Com uma performance de crescimento de mais de 8% nos prêmios em geral e de quase 8% no ramo vida, ao contrário do que os outros mercados mundiais registraram em 2008, seguindo o caminho de queda, podemos dizer que o Brasil é o novo Eldorado do seguro internacional?[/B]

Certamente o ramo de seguros no Brasil se beneficiou sobremaneira com o crescimento da sua economia nos últimos anos. Do modo geral, o volume de prêmios gerado pelas seguradoras na América Latina cresceu de 38 bilhões para 108 bilhões de dólares entre os anos de 1999 e 2008. O Brasil registrou, em 2008, um volume de 47,5 bilhões de dólares, ou seja, 44% dos prêmios da região, a maior parcela dentre os países pesquisados.

Entretanto, em termos de prêmio per capita, o Brasil, com US$ 244, ainda encontra-se atrás do Chile (US$ 344) e da Venezuela (US$ 357), e bem abaixo da média mundial (US$ 608). Além disso, no mesmo ano, o volume de prêmios para o ramo de pessoas foi estimado em US$ 42,6 bilhões, o que representa 90% do total de prêmios do país. Diante desse quadro podemos perceber que ainda há muito espaço para o desenvolvimento do mercado de seguros no Brasil, e que o ramo de pessoas certamente continuará respondendo por grande parte dos novos negócios gerados no país.


[B]Qual é a previsão de crescimento do seguro de vida em 2009 e em 2010 no Brasil? E no mundo? O Brasil continuará sendo um mercado atrativo? Por quê?[/B]

A previsão de crescimento para o seguro de vida nos anos vindouros é otimista. Nos próximos dez anos espera-se um crescimento do setor a uma taxa média anual de 7,0% para o ramo de pessoas na América Latina como um todo, excedendo o crescimento projetado para o PIB, que é estimado em 3,3%. Isso se traduziria num volume de prêmios em torno de 175 bilhões de dólares em 2019.

Entretanto, em um mercado ainda em desenvolvimento como o brasileiro, o crescimento do setor não se deve apenas ao favorável ambiente econômico que temos vivido nos últimos anos. É sempre importante destacar o papel das companhias seguradoras, que vêm contribuindo para o amadurecimento do setor através do redesenho dos seus produtos, fortalecimento das suas bases técnicas em subscrição e atuária, da diversificação dos seus canais de distri

12/04/2010 05h27

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