Cadernos de Seguro

Entrevista

O tempo da Psicologia do Seguro

O que a Atuária, a Psicologia e os conceitos de vida e morte têm em comum? Para Sérgio Rangel Guimarães e Luciane Fagundes, há pelo menos um ponto convergente: o seguro. Para Luciane, a morte pode ser estudada e entendida por muitos ângulos e a Psicologia procura desenvolver uma ?educação para a morte?. Segundo ela, nem todos sabem lidar de forma positiva com essa questão. ?Refletir sobre a morte como um evento natural, discutir, trocar ideias são ferramentas que podem manter as pessoas conscientes dessa realidade e, assim, auxiliá-las a superar o tabu que cerca esse tema?, diz a psicóloga. Em entrevista exclusiva à Cadernos de Seguro, Sérgio e Luciane se mostram convencidos de que o comportamento humano não pode ser menosprezado pelo setor de seguros. Ao contrário, deve ser a variável central nos modelos econômicos, principalmente aqueles relacionados com o processo de escolhas e tomada de decisões. ?A Psicologia tem muito a nos ensinar e, principalmente, tem muito a nos complementar. O setor de seguros deve estar atento a esse movimento, não só para melhor preparar os profissionais, mas para também saber identificar e ampliar a relevância dos serviços que são prestados à sociedade?, ressalta o atuário. Para eles, esse é o momento da ?Psicologia do Seguro?, que tem todas as condições de auxiliar o setor não apenas no ramo Vida, mas em todas as suas áreas. ?Chegou o momento de se fazer algo nesse sentido na área de seguros, com intensificação de pesquisas, trabalhos, educação corporativa e qualificação profissional?, convoca Rangel.


[B]Antonio Carlos Teixeira[/B]



[I][B]Como a morte é vista pela Atuária?[/B][/I]

[B]SÉRGIO RANGEL GUIMARÃES[/B] ? A Atuária encara a morte como sendo um risco certo com data de ocorrência incerta. A visão atuarial da morte é, portanto, pragmática e de cunho eminentemente quantitativo. A indústria mundial de seguros deve agradecer a Edmund Halley o fato de, ao final do século XVII, ele ter elaborado a primeira tábua de mortalidade, a Breslaw Table, em 1693. Desde então, a Atuária estuda o risco de morte com grande ênfase, considerando o levantamento e aplicação de probabilidades em função de vários fatores. O método atuarial tem por objetivo realizar projeções por meio de modelos matemáticos e estatísticos, visando à estruturação e à manutenção de planos de seguros e de previdência autossustentáveis, com preços devidamente ajustados para fazer frente ao fluxo provável de despesas decorrentes desse risco.



[I][B]E pela Psicologia?[/B][/I]

[B]LUCIANE FAGUNDES[/B] ? Em linhas gerais, a Psicologia busca compreender as emoções, a forma de pensar e o comportamento humano, promovendo, a partir da resolução dos conflitos psicológicos, a saúde mental para que as pessoas possam ter uma melhor qualidade de vida. Em virtude da morte ser um fato universal e não facultativo, em algum momento o homem terá que encarar essa realidade. A morte pode ser estudada e entendida por muitos ângulos e a Psicologia procura desenvolver uma educação para a morte, pois nem todos sabem lidar de forma positiva com esse evento. Refletir sobre a morte como um evento natural, discutir, trocar ideias são ferramentas que podem manter as pessoas conscientes dessa realidade e, assim, auxiliá-las a superar o tabu que cerca esse tema. Mais que aprender a lidar, de maneira suportável, com essa sentença, podemos encontrar nela inspiração para a vida.



[I][B]A nossa sociedade nos impõe o medo da morte?[/B][/I]

[B]LUCIANE[/B] ? Usando de muitos artifícios a Humanidade tem banido a morte de suas reflexões e adiado o tema em suas conversas, como se a ausência do confronto impedisse o seu assédio e a sua ocorrência. Porém, a negação aponta para a dificuldade humana em enfrentar com realismo a única certeza que atinge todos os seres vivos. Um exemplo disso é o fato do tema da morte não estar presente nos currículos escolares e acadêmicos. Como um tema central na vida do homem é desconsiderado a tal ponto? Como fica a preparação dos profissionais da saúde, por exemplo, que lidam com vida e morte diariamente, s

12/05/2010 11h03

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