Cadernos de Seguro

Editorial

Caderno do Editor

Por Mariana Bittencourt

Chegamos ao número 197 da Cadernos de Seguro, após trilhar com passos lentos e bem medidos nosso caminho editorial até a redação final desta publicação. Reflexo, pois, do momento pandêmico que nos cerca. Curiosamente, nossa matéria de capa trata de saúde ? do sistema de saúde suplementar, assim como boa parte de nossa edição. A entrevista com o novo presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), João Alceu Amoroso Lima, feita na virada de 2019 para 2020, pretenderia abordar especialmente a atuação da companhia frente a questões como transição demográfica, impasse dos custos de saúde, crescimento do trabalho autônomo como alternativa à crise econômica que já se avizinhava no país e burocratização desse mesmo sistema. No meio de nosso processo de edição ocorreu a mudança global gerada pelos efeitos da Covid-19. Continuaríamos com nossa produção? Percebemos que, por uma coincidência ? ou obra do destino ou feeling editorial ?, estávamos, estamos e estaríamos tratando, de certa forma, do novo modus operandi da estrutura de saúde.

Na ordenação invisível e impactante desse contexto, abrimos nossa série de artigos falando sobre o uso das nanotecnologias na elaboração de materiais que sejam mais leves, mais fortes e duráveis, mas que também estejam presentes na criação de soluções alternativas para tratamento de doenças. Por outro lado, conforme abordam os autores Edval da Silva Tavares e Gabriela Iosqui Silva, o fato de as nanotecnologias ainda serem um terreno pouco explorado gera preocupações com relação a impactos ligados ao setor de seguros.

Devido ao distanciamento que herdamos das atuais mudanças epidemiológicas e demográficas, especialmente com o envelhecimento e longevidade populacional, além dos avanços tecnológicos na saúde para dar conta dessa transição, se faz premente pensar em alternativas para esse momento de crise, no que diz respeito aos registros, cuidado e acompanhamento do tratamento dos pacientes, de que é exemplo o prontuário eletrônico do paciente, PEP. Conforme aponta Fernando Carneiro Meziat em seu texto, a fim de se evitar um colapso do sistema de saúde mundial, devido aos fatores acima citados, o PEP seria uma alternativa para as instabilidades hodiernas.

Ademais, o comentado momento de crise é definido como um grande desafio socioeconômico, segundo o professor Luiz Roberto Cunha, em seu artigo. Ele afirma que, como a questão fiscal ? e, sabemos que, hoje, não apenas ela ? tende a limitar os gastos nos sistemas públicos de saúde, a importância dos planos de saúde suplementar para atender uma parcela significativa das pessoas será cada vez maior. Para complementar essa discussão, o médico Leonardo Justin Carâp avalia como a ?saúde 4.0? poderá impactar a saúde suplementar com seus reflexos sobre as seguradoras e demais operadoras privadas de planos de saúde, prestadores, financiadores, reguladores e todos os envolvidos.

Este número da Cadernos de Seguro apresenta, ainda, uma tríade de artigos que versam sobre estudos técnicos do mercado segurador: ?Seleção adversa?, de autoria do mestre em Estatística, atuário e professor Paulo Pereira Ferreira; ?As operações de self storage e a consequente contratação de seguros?, do advogado Adalberto Amorim Silva; e ?O mundo das corporações?, do nosso conselheiro editorial Lucio Marques.

Encerrando a edição, publicamos os três primeiros colocados no III Concurso de Artigos de Professores da ENS, que visa a incentivar a Educação em Seguros por meio da divulgação do trabalho dos docentes da Instituição. Estes são os textos: ?O papel do microsseguro saúde nos países em desenvolvimento: uma revisão da literatura?, de Edison Quirino D?Amario; ?Planos de saúde coletivos com até 30 beneficiários: equilíbrio atuarial e o pool de risco definido pela RN 309/2012, da ANS?, de Gabriel Schulman com Joana Soares Carvalho; e ?Inovação no mercado de seguros: o futuro bate à porta?, de Raquel Ferreira da Silva.

Ótima leitura!
7/6/2020

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