Cadernos de Seguro

Artigo

O verdadeiro sentido do ?amanhã?

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[B]Antonio Fernando Navarro[/B]


O ?amanhã? tem sido, ultimamente, motivo de muitas discussões, sejam elas técnicas, religiosas ou econômicas. Quase sempre, o foco principal das discussões não é o do futuro do planeta, relativamente jovem e com uma longa sobrevida pela frente. Também não se entra no mérito da sobrevivência da espécie humana. Mas então, por que há tantos questionamentos?

Os questionamentos têm surgido, de uns 30 anos para cá, em função de problemas pelos quais passa o terceiro planeta do Sistema Solar, que possui uma população atual que beira 6 bilhões e trezentos milhões de pessoas. Somente a Ásia tem mais de 25% desse contingente. Portanto, a distribuição dos nossos concidadãos é bastante desigual.

O Banco Mundial e a FAO estimam que, no início dos anos 80, entre 700 milhões e um bilhão de pessoas viviam em absoluta pobreza ao redor do mundo. No continente africano, cerca de um em cada quatro seres humanos é subnutrido. Na Ásia e no Pacífico, 28% da população passa fome. No Oriente Próximo (que compreende a região da Ásia próxima ao mar Mediterrâneo, a oeste do rio Eufrates, incluindo: Síria, Líbano, Palestina e Iraque), uma em cada dez pessoas são subnutridas. A fome crônica afeta mais de 1,3 bilhão de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde. Na América Latina, uma em cada oito pessoas vai para a cama com fome todas as noites. No Brasil, mais de 30 milhões de pessoas são classificadas como indigentes pelas estatísticas oficiais. Em 1980, cerca de 44% da população viviam em estado de pobreza absoluta. Em 1992, cerca de 20 milhões de pessoas morreram de desnutrição ou fome. A cada dia morrem 38.000 crianças, vítimas desses problemas.

As condições climáticas são desfavoráveis ao cultivo de alimentos para a população em muitas regiões do nosso pequeno mundo. Os combustíveis fósseis estão com seus dias contados, o efeito estufa nos prejudica, o buraco de ozônio continua aí, provocando transtornos e, com todo esse cenário pessimista, ou muitas vezes alarmista, o homem segue sem rumo, navegando nesse mar de intranqüilidade e incertezas, sem saber o que será do próprio planeta e da raça humana no futuro. Isso sem falar no aquecimento global, com o desprendimento de icebergs maiores do que muitos países, errantes pelos mares, e o encolhimento da camada de gelo em muitos glaciares. A falta de conhecimento por parte da sociedade tem provocado uma ressonância muito maior desse eco de reclamações.

O fator terra também é preocupante. Se a terra não é adequada para a criação de animais, para culturas ou implantação de assentamentos urbanos, as pessoas se deslocam de lá. Um dos fenômenos que preocupam a todos é o da desertificação.

A desertificação dos campos e florestas deslocou a maior massa migratória na história do mundo. Na virada do século, mais da metade da população viverá em áreas urbanas. A quantidade de terra tornada improdutiva pela desertificação anualmente no mundo é de aproximadamente 21 milhões de hectares. O percentual da terra no planeta que sofre com esse processo é de cerca de 29%.

Devido ao aquecimento global, espera-se que a quantidade de fenômenos meteorológicos extremos, como secas e chuvas intensas, continue aumentando, com um efeito grave em solos já danificados, afirma o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em mensagem divulgada. A tendência \"piorará a desertificação e aumentará a prevalência da pobreza, a migração forçada e a vulnerabilidade perante os conflitos nas regiões afetadas\", diz. Todas as agências da ONU e os governos de vários países admitem o retrocesso do desmatamento das terras cultiváveis e das florestas, assim como a carência de água ? problemas que já geraram mais pobreza ?, o avanço dos desertos e um número cada vez maior de refugiados por causa da fome. Em março, o secretário-executivo da ?Convenção da ONU Contra a Desertificação?, Hama Arba Diallo, afirmou que este processo é um problema cujas conseqüências têm escala planetária.

O aquecimento global é outro fenômeno climático de larga extensão que vem sendo perc

12/12/2008 05h47

Por Antonio Fernando Navarro

Engenheiro civil, especialista em Gestão de Riscos, mestre em Saúde e Meio Ambiente pela Universidade da Região de Joinville (Univille)

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