Cadernos de Seguro

Artigo

FRONTEIRAS

Uma pergunta certamente deve ser feita sempre na área comercial: ?O mundo comercial tem ou não fronteiras??.

Evidentemente que vamos falar daquele mundo que nos interessa, o mundo do seguro. Aliás, é um assunto até inovador, com a abertura do mercado de resseguros. O mundo em que vivemos é uma gigantesca mesa de negociações e, queiram ou não, somos participantes.

Recente exemplo é a discussão sobre o meio ambiente, que está sendo estudado por diversos países ricos, emergentes, pobres, enfim, toda a comunidade mundial preocupada com o aquecimento e as mudanças climáticas. As devastações das florestas são cada vez maiores, e a indústria cresce, seja em países emergentes ou não, locais onde não se fez nada até agora ? exemplos típicos dos Estados Unidos da América, da China e outros.

Fiz esse parêntese para mostrar que realmente o nosso planeta não tem fronteiras, a não ser as territoriais. Desde o relacionamento entre pais e filhos até complexas transações internacionais, a negociação está sempre presente.

É um processo que você pode entender e prever. É uma habilidade prática que você pode adquirir, para aproveitar melhor a vida e aumentar sua percentagem de vitórias.

Neste contexto, o mercado segurador brasileiro começou discutindo sua participação no chamado Mercosul, e com isso, na ocasião, abriu suas fronteiras aos países participantes e passou a usufruir das mesmas condições em relação aos países-membros.
Desde o início, vários pontos polêmicos foram amplamente discutidos e analisados para que pudéssemos colocar em prática todos os ensinamentos colocados nas mesas de negociação.

Foi lançado o chamado ?Carta Verde?, um seguro que deveria ser exigido nas fronteiras dos países integrantes do Mercosul. Com ele, fatalmente outros seguros deveriam aumentar a possibilidade de conseguirmos um crescimento substancial na arrecadação de prêmios. Mas, evidentemente isso não aconteceu, e nem o seguro Carta Verde foi exemplarmente exigido.
Hoje, o Brasil chega perto dos 3% de produção de prêmios em relação ao PIB, mas o ideal será chegarmos aos 7% ou 8%, conforme a maioria dos países industrializados. Nós temos condições de crescer, principalmente na área de seguro de pessoas, que só tem entre 16% e 17% dos prêmios totais arrecadados, enquanto em outros países passa de 50%.
O mercado de seguros brasileiro sempre foi muito normatizado, e o monopólio que existia do resseguro não conseguiu acrescentar um aumento substancial nos prêmios de seguro e resseguro.

Se voltarmos atrás alguns anos vamos nos lembrar de que convivemos durante muito tempo com o efeito perverso de uma inflação crônica, que provocava retração dos agentes econômicos, já que todos eles se concentravam em objetivos imediatos de produção ou de consumo.

A má distribuição de renda e o baixo nível per capita dela marginalizam expressivo contingente da população que não possui recursos para a inclusão do seguro no orçamento individual e, inclusive, para aquisição de bens duráveis.

Hoje, o Banco Mundial, a Organização Mundial da Saúde, a ONU e demais organismos internacionais estão empenhados em abrir as portas para o microsseguro, e também para o microcrédito, fazendo com que milhões de pessoas possam ter acesso a esses dois bens tão importantes na vida dos indivíduos de baixa renda. As fronteiras dos países pobres e das populações com renda ínfima estão se abrindo e vão possibilitar que, no Brasil, mais de 100 milhões de pessoas possam ter acesso tanto ao crédito como ao seguro a um bom preço, livre de impostos e de entraves burocráticos.
Desde a implantação do Plano Real (que começou a devolver à população a confiança na estabilidade do novo padrão monetário), o mercado segurador brasileiro comemorou o crescimento vertiginoso de suas vendas.
De certa forma, após Plano Real, este é o primeiro negócio de impacto, que vai ampliar as fronteiras para os mais necessitados. Esperamos que a partir de 2010 já possamos estar em condições de comercializar esse produto. Portanto, considerando os novos rumos da economia mundial, que está ainda saindo

24/08/2010 01h46

Por Lucio Marques

Relações Institucionais da Sabemi Seguradora. Acadêmico da ANSP-Academia Nacional de Seguros e Previdência. Vice-Presidente do Sindicato das seguradoras do RJ/ES.

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