Cadernos de Seguro

Artigo

O FUTURO QUE QUEREMOS

O futuro à nossa frente é incerto, com riscos tradicionais intensificados, como também novos riscos alguns denominados emergentes. Esse artigo apresenta cenários, com base em megatendências, e variantes que evoluem a partir de um conjunto de eventos possíveis. Adicionalmente, são revelados caminhos possíveis para um futuro sustentável com base em relatórios de Raskin et al., do GSG .

?Se você pudesse construir o futuro, o que você gostaria de fazer??
Refletir sobre o futuro é, por natureza, instigante. Quatro anos após a queda do Lehman Brothers, a economia mundial ainda navega em águas turbulentas. Catástrofes naturais, no Brasil e no mundo, acidentes com grandes perdas materiais, humanas e ambientais acinzentam o horizonte. Mas como em toda crise, nesta também existem perdedores e ganhadores. Desde 2007 a participação da China no PIB global aumentou de 10,9% para 14,3%, enquanto os Estados Unidos e a União Europeia perderam 2%. O Brasil aumentou sua participação, embora timidamente . O aquecimento global está provocando degelo no Ártico e criando terras agricultáveis na Groenlândia.
No Brasil, por um lado, crescem os investimentos em infraestrutura, educação e saúde, exploração de petróleo e gás no pré-sal. Grandes eventos internacionais animam.

Por outro lado, há escândalos de corrupção, retrocesso no código florestal, demora na recuperação de encostas e residências na região serrana do Rio de Janeiro, vazamentos de óleo no mar e outros fatos que demonstram problemas tanto na área ambiental quanto social e de governança.

Os estudos que utilizaremos como base foram escritos em 1997: ?Branch Points: Global Scenarios and Human Choice?, em que os cenários são descritos em detalhes; Em 2002: ?Great Transition - The Promise and Lure of the Times Ahead?, apresentando as estratégias para a Grande Transição e, finalmente, em 2006, ?The Great Transition today: A Report from the Future?, no qual autores observam um mundo em 2084, após a Grande Transição.
Em 2012, ainda estamos no prólogo dessa história. Muito aconteceu desde 1997, em diferentes direções ? a propósito, como previsto pelo relatório ?Great Transition - The Promise and Lure of the Times Ahead?.


Os cenários
Cenários não são estimativas ou previsões, ao invés disso, contam uma história sobre o futuro com um caminho lógico através de uma narrativa onde os eventos são revelados (Schwartz, 1991; Cole, 1981; Miles, 1981).

Dentro da miríade de possibilidade os autores definiram linhas que representam os ramos principais. Foram consideradas três classes de cenários: Mundo Convencional (Conventional World), Barbárie (Barbarization) e Grande Transição (Great Transition). Esses cenários se distinguem, respectivamente, pela continuidade, por uma mudança estrutural e destrutiva para sociedade e outra favorável para sociedade.

O Mundo Convencional assume que o século XXI se desenvolve sem maiores surpresas, grandes descontinuidades ou transformações fundamentais da civilização. Ajustes incrementais no mercado e nas políticas dão conta da administração dos problemas ambientais, sociais e econômicos.
A Barbárie considera a possibilidade desses problemas não se resolverem, multiplicando os efeitos e amplificando as crises. A civilização regride para anarquia ou tirania.

A Grande Transição visualiza uma transformação profunda nos valores da civilização, bem como no paradigma de desenvolvimento, priorizando a qualidade de vida, o consumo consciente, a solidariedade e a equidade global, potencializando assim todas as dimensões da sustentabilidade.
Cada cenário considera duas variantes. O Mundo Convencional evolui para Forças de Mercado ou Reforma das Políticas. Em Forças do Mercado, a economia aberta e globalizada privilegia o desenvolvimento econômico, deixando o ambiental e o social em segundo plano. A Reforma das Políticas prevê um esforço, grande e global, controlado pelos governos em direção à sustentabilidade, sem mudanças nas estruturas de governança internacionais ou de valores e padrões de consumo.

A Barbárie é o cenário pessimista, que pode

21/09/2012 02h12

Por Flávio Geraldo Nogueira

Engenheiro de Sistemas de Informação, formado pela UERJ, mestre em Administração pelo COPPEAD/UFRJ e MBA em marketing pelo COPPEAD. Doutorando em Planejamento Ambiental pelo Programa de Planejamento Energético (PPE) do programa de pós-graduação (COPPE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Consultor de estratégia de negócios. Corretor de Seguros para todos os ramos. Foi executivo da Bradesco Seguros, SulAmérica Seguros e Nacional Seguros nas áreas de Marketing e Tecnologia.

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